Com menos destaque nos altos postos da ciência, meninas e mulheres buscam reverter estatísticas
Efeito tesoura é o termo utilizado para ilustrar como as mulheres vão perdendo espaço nas estatísticas relacionadas às ciências, com o passar dos anos. É como se elas fossem, pouco a pouco, expulsas da carreira, sem conseguir chegar ao topo. Também chamada de “teto de vidro”, a metáfora ilustra que, por mais que vejam e queiram chegar às posições mais altas, meninas e mulheres enfrentam barreiras inevitáveis pelo caminho.
Uma das questões mais ilustrativas desse assunto diz respeito à maternidade e também ao casamento. A professora Miriam Grossi, antropóloga e pesquisadora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, diz que a maternidade precisa ser reconhecida como um fator de influência na carreira. “E isso é parte da vida social, por isso precisamos criar condições para o bem estar das pesquisadoras mães, dar condições de apoio”.
Neste aspecto, até gestos mais sutis, como o agendamento de reuniões, pode ter influência na rotina institucional das mulheres, quando este horário concorre com o tempo de buscar os filhos na escola ou da execução de alguma tarefa doméstica. “O casamento também tem essa influência e é uma questão que afeta boa parte das mulheres. É o tempo para o cuidado da casa, supermercado, comprar, limpar – há uma diferença radical do volume de horas que uma mulher gasta e que um homem gasta nesta rotina”, exemplifica.